quinta-feira, 9 de maio de 2013

Sem pedir licença


A saudade não pede licença
Nem espera porta aberta para entrar
A saudade é visita inesperada
Que chega sem fazer cerimônia
E também não diz até quando pretende ficar
A saudade não tem tempo certo
Ainda que muitas vezes a gente feche os olhos e pense que é cedo
Muito cedo
Para deixar a saudade entrar
A saudade não respeita feriados
Nem dias santos
A saudade não respeita nem nosso horário de trabalho
A saudade chega nos locais mais inusitados
Sem anúncio e sem aviso prévio
E quando nos damos conta já a levamos conosco
De um lado para o outro
A saudade não respeita nossos jantares íntimos
Nossos momentos íntimos
Nossos pensamentos íntimos
A saudade toma de assalto o nosso íntimo
E nos atrai para um pensamento, uma pessoa, um lugar, um cheiro
Uma pena Newton não ter sido brasileiro
Pois assim o mundo inteiro já saberia
Aquilo que eu, para você, há muito tempo dizia:
A saudade é tão inevitável
Quanto as outras leis da física.

2 comentários:

  1. "A saudade é como uma fisgada no membro que já perdi" (Chico Buarque).
    Muito bom(ns), Guilherme, amplexos!

    Victor (Vitinho)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bah, Vitinho, receber a tua visita é sempre um prazer, mesmo sendo virtual. Tem mais coisa boa vindo por aí. Saudades do amigo. Ainda és parceiro até para ser preso? Forte abraço!

      Excluir